segunda-feira, janeiro 28, 2008



Minha pequena já está conquistando novos "mares". Nesse mês, entrou na piscina pela primeira vez. E com muito charme.
Posted by Picasa

sábado, janeiro 05, 2008

Família no Inhotim



















Fomos todos a um passeio lindo em Brumadinho, um museu chamado Inhotim. Depois Mariana se hospedou pela primeira vez em um hotel. Davi e Joelma foram conosco.Jogamos muito buraco e, claro, demos um banho neles. Foi inesquecível.

Posted by Picasa

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Sou mãe

Deus fez-me mãe de tal maneira, que cuidar do meu bebê[ alimentá-la,trocá-la,acalentá-la] tornou-se minha necessidade, não só dela. Nada faço por culpa ou obrigação, mas por necessidade – ou amor?
Amor, então: pois consigo deslocar-me de mim mesma para me por em um lugar que é de outro, dela, do meu bebê.

CHOQUE

Talvez eu nunca me recupere do choque que é ver a existência de uma pessoa inteira, formadinha, que saiu de mim. O choque de se ter alguém que saiu de mim.
Acontece assim: à noite, chego perto do berço da minha filha e fico a observar, sob a luz fraca do abajur, aquela pessoinha. Nela há tudo que uma pessoa deve ter – penso- está lá, tudo formado, perfeito, lindo! Como algo que não existia, hoje existe por completo? Tudo aconteceu aqui dentro e saiu de mim. De mim?
Meu bebê é o maior milagre que jamais vi e o qual ainda preciso digerir.
Repito: ainda não me recuperei do choque que é ver uma pessoa que saiu de mim.

terça-feira, maio 08, 2007

Lambança


Ali na cozinha, comia farinha,
Sujava o bigode e lambia a tainha
Que coisa mais suja chupar chup-chup,
Mascar o chiclete e beber o xarope

A sopa na boca, o garfo no prato,
O suco da polpa, a uva do cacho.

Se a carne desmancha só dá comilança,
Aumenta minha pança, me pega na dança.

A boca na sopa, o prato e o garfo,
A polpa do suco, a uva sem cacho.

Cachorro quer osso, chicória e cochilo.
Cheirar chocolate chover no ladrilho

Menino quer colo, comida quentinha
Mexido, quitute, quitanda, cantina
Mexido, quitute, quitanda, cantina
.

Luciana Marques

O SIM



"Tudo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim."

Tantos sins quantas são as coisas existentes. Há sim para o bem e sim para o mal. E para ser sincera, falamos mais sim para o que não presta. Sim para o que engorda, dá espinha e murcha a gente. Sim para o que definha, empobrece e seca a alma. Um dia, a menina cansada da pobreza em que vivia na região amazônica decidiu entrar em um barco com estrangeiros que lhe pagariam pelo corpo, o barco afundou. Um jovem em Brasília, ao ver um índio sentado no ponto de ônibus, chamou o amigo para atear-lhe fogo, o amigo disse sim. E um austríaco maluco chamou os alemães para eliminar toda uma raça de seres humanos, e eles disseram sim. Outros disseram para entrar com um avião para dentro de um grande prédio a fim de destruí-lo com as pessoas dentro, eles disseram sim.

‘Vamos matar?’ Sim. ‘Vamos roubar?’Sim. ‘Vamos ser egoístas e cuidar apenas de nossas vidas?’ Sim. ‘Vamos trair a quem amamos?’ ‘Vamos fazer guerra?’ Sim. Sim.Sim.
Em algum lugar de nós, esconde uma forte tendência para respondermos afirmativamente ao mal. Posso facilmente apontar os erros da humanidade ao responder tão prontamente ao caos, mas sei que eu mesma já escolhi tantas vezes a insensata resposta. Há uma voz ao pé de nossas orelhas que chama e espera ansiosamente pelo sim mortal de nossas bocas. Em ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, Machado de Assis resume bem o que acontece quando atendemos a essa voz:

Aí vinham a cobiça que devora, a cólera que inflama, a inveja que baba, e a enxada e a pena, úmidas de suor, e a ambição, a fome, a vaidade, a melancolia, a riqueza, o amor, e todos agitavam o homem, como um chocalho, até destruí-lo, como um farrapo.

Uma leviana brecha em nosso frágil espírito e pimba! Somos agitados como chocalho até nos tornarmos farrapo. Toda suntuosidade da roupa, todo orgulho do poder de escolha, transformado em pano sujo e rasgado, útil somente ao chão, porque disse sim.

Mas, como mencionei, há outro sim. Aquele da molécula que faz gerar vida. Um dia, no meio de profundas trevas, Deus disse ao sol para raiar sobre a terra, e em um eloqüente sim nasceu o dia. Cada canto do mundo foi clareado e o sol empolgou tanto que passou a nascer todos os dias. E ele ficou metido, virou artista, não só nascia, mas fazia estripulias. Tinha dia que nascia sobre o mar, amarelo no azul, subia de mansinho sobre as águas, um contraste com o agitado oceano, e fazia até os anjos chorarem de tanta beleza.

Lembro-me, certa vez, de presenciar uma das estripulias do sol. Às seis da manhã,quando ainda estava escuro, subi a pé uma montanha para ficar a sós com Deus e para ver o nascente. Não imaginava o espetáculo que me aguardava. Sentei-me de frente para um vale e fiquei bisbilhotando o sol. Ele começou tímido. No meio da escuridão do vale, percebi um pequeno feixe de luz. O sol veio surgindo por detrás das montanhas, como eu esperava. Mas, de repente tudo ficou novamente escuro, pois uma nuvem cobrira o astro. Tristeza. Até que, para o raiar da minha alegria, o sol, que brincava de artista, abriu frestas nas nuvens e deixou que seus raios saíssem desordenadamente. Luz na escuridão. O lugar não ficou completamente claro, o que se via eram esses feixes de luz, contrastando com a Terra e o céu anoitecidos. Lindo! Uma das mais belas declarações de amor. Nesse dia, o meu coração incrédulo foi enternecido. Todos os meus medos deram lugar a uma profunda confiança no poder e bondade de Deus. Tudo porque a criação disse sim ao criador. “A beleza do mundo”, segundo Simone Weil, “é o carinhoso sorriso de Cristo para nós, mostrado através da matéria.” Nesse mundo desfigurado, raramente compreendemos isso e deixamos de aproveitar do amor de Deus escrito no universo.

Também vi a lua cheia invadindo a cidade, os peixes na água transparente da cachoeira,o canto dos pássaros, as cascatas constantes que batem nas pedras, a suave música do riacho e a brisa da manhã refrescando meu rosto. Todas essas maravilhas suavizaram minha alma e deram sabor à monotonia dos dias. Passei a entender que há também uma outra voz, aquela mesma que pediu ao sol para iluminar os dias e que hoje comanda o bem aos nossos ouvidos. Toda natureza diz SIM a essa voz e tem-se o espetáculo. Os homens são os únicos que podem escolher se querem o sim ou o não. Mas essa voz anseia pelo sim de nossas bocas e por alguma sombra de sabedoria em nós. Porque a voz de Deus quer ressoar em todos os detalhes da nossa existência e nos fazer amanhecer como o sol. O mesmo espetáculo feito com a natureza deve ser feito em cada um dos seres humanos. E assim dar vida a outros corações. Esse é o resultado do sim dado à voz do criador e, por isso, Ele clama: “Dêem ouvidos e venham a mim;ouçam-me para que sua alma viva.”(Is.55:3).

Ah, e não há somente o sim para os entes invisíveis, os seres espirituais. Podemos dizer sim às pessoas, mesmo que sejam tão carnais e mortais como nós. Ou melhor,por serem tão carnais e mortais como nós. Daí nascem as grandes amizades e os amores, pois “não há amor possível sem a oportunidade dos sujeitos”.

Não é preciso um trepidar forte no peito para que haja amor, é necessário somente que os indivíduos se deixem. Que não desviem o olhar por vergonha ou medo, que o prazer da busca pelo outro não se acabe com as descobertas das falhas, que a paciência se sobreponha à ansiedade e que a bondade nunca cesse. Para que haja amizade e amor é preciso muitos sins.

Quem sabe o que acontecerá daqui para frente?
Não importa! O importante é que nos deixemos, que não temamos o futuro e que não nos desviemos da oportunidade de fazermos o bem um ao outro. Talvez haja dias difíceis, mas podemos suavizar a existência um do outro como um dia fez o sol e a lua comigo.
Hoje é um dia especial. O dia do sim. Não o sim definitivo, mas o sim inicial.
FELIZ DIA DO SIM!



Luciana Dutra Marques


quarta-feira, abril 04, 2007

Papai Neura

Dizem que pai de menina sofre! Mas eu não achei que esse sofrimento seria tão real e precoce para o Marcelo, meu marido. Há duas semanas atrás, fizemos o ultra-som que constatou que teremos uma menina. Os olhos do Marcelo encheram-se de água de emoção por causa da notícia e a mente dele começou a vagar pelos anos que se seguiriam. Mal saímos do consultório, e ele soltou: “-Agora teremos que fazer uma festa de quinze anos, né?” e em seguida: “-Ah, serei eu que entrarei com ela no dia do casamento”. Assustei-me com tais pensamentos, pois eu estava ainda nos vestidinhos rosa, lacinhos e no quartinho fru-fru que faria. Nada de casamento e festa de quinze anos, imagino minha filhinha como uma bebezinha, sem unhas pintadas, sem batom ou namorado. Mas aquele pai, só estava começando seus delírios.
Outro dia estávamos assistindo a uma reportagem que mostrava o Axé Brasil, uma grande festa de música baiana que acontece aqui em Belo Horizonte uma vez por ano e que atrai muitos jovens da cidade. A mente dele já estava a imaginar coisas: “-Será que nossa filhinha vai querer ir ao Axé?” E não parou por aí: “-Se for, teremos que arrumar alguém para acompanhá-la, teria que ser um rapaz da nossa confiança, pois mulher sozinha não dá certo...” E isso rendeu assunto lá em casa, e muitas risadas da minha parte.Quando comentei com minha mãe que ela se mexia muito na barriga, ela disse que isso acontecia porque a neta puxara à avó e que estava dançando forró, pois minha mãe adora dançar. Meu marido se apavorou e fez mil negativas sobre essa hipótese. E isso tudo, agora, quando ela nem nasceu ainda. Imagine o que esteja por vir, quando ela estiver aqui do lado de fora, à exposição desse mundo impróprio para filhinhas indefesas...Pobres pais e pobres filhas de pais neuróticos! Que Deus acuda mais essa mente atormentada pelo fato de colocar uma filha no mundo!

segunda-feira, abril 02, 2007

Espero um filho

Espero um filho
Fruto de um sonho
E de um ato de amor,
Ele será luz para o mundo.
Todos contemplarão em seus olhos
E em seus gestos uma paixão Infinita pela vida.
Trará consigo um imenso poder
De sonhar e acreditar na utopia.
Distribuirá a todos, sementes de paz
E com as mãos erguerá a terra
Em direção do sol e da chuva
Para que deles bebam o calor e o frescor da imensidão.
Será belo, meu filho. E a beleza trará no nome.
E seu nome se repetirá nas bocas de cada homem e cada mulher
E nas risadas das crianças.
Será sábia e ensinará a todos o valor da inocência e da simplicidade.
Espero um filho.
Será ele a eternização de mim e de seu pai e de seus avós
E carregará no coração a dignidade herdada da família
E o exemplo de seus anteriores.
Que ele não seja o que fui.
Que ele seja sempre mais do que sou.
Que ele viva para seus sonhos
E com sua esperança dê vida a mil outros.
(autor desconhecido)

Obs: Uma amiga do fórum do e-familynet.com postou, mas não sei o autor.